Tô Pensando em contos... Tá na hora de encher o pote



TÁ NA HORA DE ENCHER O POTE




     O vento trouxe uma sacola e eu rasguei ela toda, o dono não gostou. Agora tá bravo, ainda nem me deu a minha comida, ou seja, não encheu meu pote.

     Ele faz isso todo dia. Enche o pote quando acorda, come também, não a minha comida; a dele. Brinca um pouco comigo e sai. Só volta a noite. 

     Minha função é cuidar da casa até ele chegar. Ele sempre diz isso quando sai. "Cuida da casa, garoto!"

     Gosto de chegar de mansinho no portão quando as crianças estão sentadas perto dele. Dou uns gritos e elas saem correndo. 

     Finalmente o dono encheu meu pote, olhou pra mim, falou umas coisas... não entendi tudo, mas acho que ele disse pra eu não rasgar nada e cuidar da casa. Aí ele saiu.

     Como minha comida, tomo um pouco de água e começo minha vigília de todo dia.

     Ando bastante pelo quintal e vou deitar. A brincadeira com a sacola me deixou bastante cansado.

     Opa!

     Um barulho!

     De chave na porta.

     Esse cheiro não é do meu dono. Ainda tá sol. Não pode ser ele.

     Posição de ataque! 

     Fico atrás da porta pronto pra arrancar a orelha do bandido.

     Ele entra. Já vi esse cara, mas ele não é meu dono não. Vou pra cima!

     Pergunto o que ele quer, mas ele não responde. Parece até que não entende nada do que tô falando. Não mordo só porque ele não é um estranho, mas não é o meu dono. E meu dono me mandou cuidar da casa. 

     O cara tá começando a feder, mas mantenho a linha segurando o inimigo.

     Passam-se horas. Fico ali na mesma posição com as mãos no ombro dele. Até que ouço o barulho da chave de novo.

     Agora é o dono! Tá na hora de encher meu pote e brincar de novo! Oba!

     








Esse conto é minha versão do cachorro para o conto do Paulo Vítor Mendonça, o ATÉ TU, BOLOVO!

























 
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6 comentários

  1. Que bom que o blog voltou!rs
    Estava com saudade, principalmente das quartas e seus contos que sempre trazem gratas surpresas assim!
    Um conto até que doce e praticamente normal(não te reconheci..rs) Mas com toda sua cota de bondade e? Aquele suspense...
    Beijo

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  2. Oi, Lelê!!
    Já estava com saudades dos contos da quarta do blog!! Amei esse conto!! Muito legal!! E bem-vinda de volta!!
    Bjoss

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  3. Lelê!
    Adorei o conto todo!
    Bom saber que voltei junto ao blog... Já estava com sdds...
    Bjs!

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  4. Lê!
    Pelo jeito o cão foi bem adestrado e fez o que tinha de fazer, né?
    Gostei da sua versão para o cachorro do conto do Paulo Vítor Mendonça, o ATÉ TU, BOLOVO!
    “Conhecimento sem transformação não é sabedoria.” (Paulo Coelho)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE SETEMBRO 3 livros, 3 ganhadores, participem.

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  5. Gostei muito do conto. Tudo que é de bichinhos enche meu core de alegria <3

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  6. é esse foi bem adestrado! sabe defender o território!
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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